terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Finalizando 2014 - parte II - O término do projeto Juju&Didi


             Com o intuito de propiciar a maior integração de alunos pardos e negros em uma turma de Pré II na Escola Terra do Saber levei dois bonecos de pano, sendo um branco e um negro, e comecei a escrever a história junto com eles. 
             Inicialmente demos nomes e escrevemos a história de cada um deles, que se encontravam, ficavam amigos e estavam sempre aprendendo a dividir, ceder, esperar e etc.
             No segundo momento Juju&Didi iam passar o final de semana na casa dos alunos, a professora da turma organizou estas visitas em ordem alfabética, e os pais se envolveram grandemente, registrando como tinha sido este passeio dos bonecos com relatos e fotos.
             As fotos desta montagem são do último dia de aula, quando todos estavam se despedindo antes das férias, e sim, o projeto foi de enorme valia no cumprimento do seu objetivo. 

domingo, 21 de dezembro de 2014

Finalizando 2014 - parte I - Psicologia Escolar

            Para adoçar e colorir o natal das pessoas que trabalham comigo nas escolas e na clínica preparei esta singela lembrancinha!
            Estes gestos humanizam as relações, possibilitam sorrisos e abraços que as vezes são muito difíceis de serem arrancados, e estreitam os laços, VALE MUITO A PENA!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

1° de Dezembro - Dia Mundial de Luta Contra a Aids

            Bom dia pessoal! 
          Hoje vamos tratar de um tema que assustadoramente gera algumas torcidas de nariz ainda, e que não é muito semelhante aos assuntos que normalmente são abordados aqui no blog.
        Hoje é dia MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS e isso TEM SIM tudo a ver com a Psicologia dentro da escola...
* Primeiro por que a aids existe, ela existe em crianças e existe em alunos, ou seja a escola precisa estar informada e preparada para lidar com esta demanda
* Em segundo lugar por que escola é lugar de promover conhecimento, inclusive sobre prevenção, portanto este assunto precisa ser abordado sim, todos os anos e muitas vezes por ano
* Por último, mas principal de todos, na escola todas as pessoas precisam ter esclarecimentos sobre o tema, pois preconceitos, medos e confusões por falta de informação virá dos pais e consequentemente dos alunos, a escola precisa estar preparada e munida para amenizar tudo isto
         Antes de terminar, uma ressalva, pessoas com quadro de HIV Positivo tem o direito resguardado de todo o sigilo sobre isto, e apenas há o direito de quebrá-lo em caso do parceiro do indivíduo não saber e esta é uma tarefa do médico.




Vamos nos informar, vamos nos preparar, afinal, preconceito tem cura!!!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Projeto "Cada um cuidando do seu boneco"


         Durante algumas semanas realizei o projeto que agora vou descrever com a turma do 3° ano da Escola Tia Rafa...
         Trata-se de uma turma pequena e a soma das características da idade e dos poucos colegas resultou em sérios incômodos por causa de constantes fofocas, o tempo todo as crianças monitorando o comportamento dos colegas...

BEM NORMAL

         Foi aí que eu, junto com a profe regente da turma tivemos a ideia de confeccionar com eles aqueles bonecos feitos com meia fina, serragem e alpiste, aquele que cresce o cabelo se a gente cuidar direitinho...
         O primeiro passo foi pedir para eles a meia e conseguir a serragem e o alpiste e fazer com eles os bonecos.
         Desde o início falei que o projeto tinha a função de ocupá-los com outra coisa além do próprio comportamento e aprendizagem sem ser da vida dos outros, e eles ficaram muito animados com a ideia e passaram a cuidar dedicadamente do mesmo.
         Em um segundo momento fizemos e colamos olhos, nariz e boca, dando personalidade para o boneco.
         Finalmente os alunos avaliaram o próprio desempenho no projeto, respondendo perguntas que os levaram a refletir sobre o comportamento que vinha incomodando e distraindo a atenção deles, como já foi relatado.
         Foi muito interessante as conclusões que as próprias reflexões deles causaram. 
         Como sempre, tudo vale a pena quando bem orientado, mediado e finalizado! 

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Projeto: Todos somos DIFERENTE com direitos IGUAIS

             Ontem teve a conclusão de mais um projetinho super rico em reflexão e aprendizado para os alunos do 4° ano da Escola Terra do Saber e para mim...
             Na semana passada pedi que cada um desenhasse um monstro com as mesmas características. A partir disto, foi possível ajudá-los a perceber o quanto cada um é singular e único, já que nenhum monstro ficou igual ao outro.


               O final do projeto foi ainda mais surpreendente. A partir da ideia de um livro chamado "O lado bom das pessoas" em que uma criança é orientada a colocar os defeitos e qualidades de um amigo em uma balança. Foi isto que fizemos, eles escreveram qualidades e defeitos de um amigo, apresentaram-nas, elas foram discutidas com o grupo e depois as colocamos na balança.
               A melhor parte foi vê-los completamente surpreendidos pela quantidade imensamente maior de qualidades do que de defeitos.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Projeto Turma da Mônica - Reconhecendo e Aprendendo a Lidar com as diferenças

           Na semana passada concluímos o projeto com as turmas do 2° e 3° anos na Escola Tia Rafa. 
          Primeiramente assistimos duas histórinhas do Cine Gibi e pudemos identificar os personagens que iríamos estudar que eram: Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão Chico Bento e Zé Lelé.
     
       

          Em seguida os alunos foram divididos em seis grupos, sendo um aluno do 3° e dois do 2° em cada grupo, e receberam uma pesquisa sobre cada personagem. Nesta pesquisa deveriam refletir sobre as qualidades e características principais de um personagem, respondendo acerca de como os amigos lidam com estas diferenças.
            Alguns dias depois os grupos se reuniram, cada um leu as suas respostas, eles discutiram, confeccionaram um cartaz e apresentaram para os colegas.Ao final eles foram instigados a comparar as diferenças encontradas entre os personagens e entre eles e refletirem sobre como lidam com elas,
               Foi um momento muito rico que inclusive oportunizou o entendimento subjetivo de cada um sobre este tema.

sábado, 13 de setembro de 2014

Palestra para pais


          Nesta semana foram dois momentos em que falei para pais, no CEI São Francisco de Assis e no CEIP João Paulo II, sobre "Coisa de Criança - O desafio de preservar a infância na atualidade"
          Por se tratar de um desafio atual não tenho e não pude levar respostas para estes dois grupos de pais, e sim a inquietação causada pela reflexão acerca de seus comportamentos com relação ao desenvolvimento de seus filhos.
          Foram dois momentos riquíssimos, para mim e para todos!

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Despedida da profe com a dinâmica da mala

            Nesta tarde, na Escola Terra do Saber recebi a missão de trabalhar a despedida da professora do 3° ano que está indo para outra cidade (na verdade até já foi) com os seus alunos. Trata-se de um grupo grande de crianças que foram muito ajudadas e obtiveram muitas melhoras com a presença e esforço desta profe.
            Inicialmente eu contei para os alunos a história do `Pequeno Príncipe com a Raposa, falamos de despedidas, dor e separação. Em seguida, lemos e conversamos brevemente sobre a frase de Saint Exupery:

 "Aqueles que passam por nós não vão sós, e não nos deixam sós. 
Deixam um pouco de si e levam um pouco de nós"
            
             A partir daí, profe e alunos receberam a tarefa de desenhar ou escrever dentro de uma mala o que gostariam de deixar, eles para a profe e ela para eles.
           Com este simbolismo foi possível permitir que as emoções fossem exteriorizadas e a dor da separação elaborada de modo muito mais ameno. 
             Confira as fotos:  



domingo, 7 de setembro de 2014

Teatro na escola


        Vocês se lembram de quando eu contei sobre o projeto que estava fazendo com o 4o e o 5o ano de uma escola sobre o livro "O reizinho mandão" de Ruth Rocha??
        Pois aí está o resultado, com o final SUPER SIMBÓLICO elaborado pelas crianças...

#AmoOMeuTrabalhoMaisDoQueTudo

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Como melhorar o comportamento de um aluno em sala de aula????


         Normalmente alunos que apresentam comportamentos que tumultuam  o  grupo  são  vítimas  de  uma tendência por parte de suas professoras que os deixam permanentemente excluídos destas atividades ou do grupo.
       Essa medida, muitas vezes acaba sendo um subterfúgio do professor, que não consegue modelar o comportamento do aluno, ou seja, ensiná-lo a se comportar de outro modo, e que afastando-o do grupo o impede de atrapalhar o andamento das atividades com mais eficiência.
         A curto prazo é um modo de minimizar bastante os sintomas gerados por problemas e dificuldades de relacionamento de um aluno. Porém, além de esta atitude causar danos a auto-estima da criança ela não lhe dá a chance de aprender a se comportar de modo diferenciado.
        Se é assim o que o professor deve fazer? 
       A mesma medida pode ser utilizada com muito mais atenção e auxiliar enormemente na solução deste problema...
        Como???
       O professor que deixa os seus alunos agrupados pode manter em sua sala uma carteira reserva, que pode ser chamada de Carteira da Observação e combinar com toda a turma que sempre que alguém se esquecer de como deve se comportar, irá concluir a atividade nesta mesinha separada para observar como os seus amigos se comportam. Terminada a atividade ou brincadeira deve-se questionar o aluno individualmente sobre o "Porquê" ele foi separado do grupo; "O que" ele devia ter feito; e "O que"ele observou no modo como os seus amigos se comportaram.
         Respondidas estas perguntas o aluno volta para o seu lugar onde pode aplicar o que aprendeu... Trata-se de um método bastante trabalhoso mais que rapidamente traz melhoras. Afinal, deste modo o professor não isola a criança condenando-a a permanecer sem saber se relacionar, mas dá a ela a oportunidade de aprender a conviver harmoniosamente bem como através da reflexão lhe proporciona a prática de controle de comportamento.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Reunião de Pais...

     Esta noite fria foi ocupada por mais um encontro de formação com os pais dos alunos dos maternais do CEI São Francisco de Assis...
     O assunto de hoje foi especialmente inspirado e a participação dos pais foi notável, o que fez deste trabalho uma atividade muito recompensadora...
Era: "O choro como meio de comunicação primitivo" 
E tratamos dos seguintes itens:
"Por que os bebês choram?"
"Por que as crianças choram?"
"O que os adultos precisam entender? Como devem agir?"
e refletimos sobre o trecho do livro Me larga - Separar-se para crescer:
"Todos os pais do mundo deveriam sonhar com que seu filho se torne um dia 
um navegador solitário, sinal de que desempenharam seu papel com benevolência 
e distância suficientes para ajudá-lo a encontrar o caminho da independência. 
Amar um filho é ajudá-lo a encontrar a auto-estima necessária para que 
ele nos deixe assim que se sinta pronto para isso"

terça-feira, 24 de junho de 2014

Projeto Temático - "O reizinho mandão"


               Esta é a história que está protagonizando um projeto que estou realizando com os alunos dos 4° e 5° anos da Escola Tia Rafa. Inicialmente contei a história, que não tem um final muito definido, então propus aos alunos que escrevessem seus próprios fins e hoje lemos e elegemos aquele que iremos encenar. 
               Foi um momento muito lindo onde cada aluno projetou aquilo que esconde em seu universo emocional, e eu pude observar e saber o que é...

#amo#o#meu#trabalho!!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Um fenômeno Escolar chamado Bullying


         
          Que sonho de consumo se todas as Vítimas de Bullying fossem capazes de perceber a situação desta ótica. Na realidade a criança ou adolescente que agride física e verbalmente seus colegas precisa muito de ajuda, porém se todos encarassem este fenômeno desta perspectiva ele simplesmente passaria a não existir.
           Isto por que o que dá energia para a prática de Bullying é justamente o sofrimento do outro.
           Uma das tarefas do Psicólogo na Escola é afinar todos os sentidos à percepção de qualquer sinal de sofrimento psíquico causado por um aluno ou pelo grupo, o que pode se tornar Bullying, bem como maximizar a auto-estima dos alunos, instrumentalizando-os na capacidade de se defenderem, que é o fator decisivo entre ser ou não uma vítima em potencial.  
            Cabe a nós Psicólogos Escolares também, acompanhar o aluno que de modo sádico pratica o Bullying, ele precisa ser compreendido e assistido para que passe a utilizar mecanismos menos prejudiciais em suas relações. 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Bebê só chora para a câmera!!!



Está comprovado!! Bebês e crianças bem pequenas são capazes SIM de manipular as situações através do choro.
O choro é um meio de comunicação primitivo, o único que temos antes de aprendermos a falar e muitas vezes se torna o mais eficiente mesmo depois que a criança já domina a linguagem oral.
Veja que no vídeo a criança se joga no chão e chora apenas quando há alguém por perto, ele já compreendeu que ficar chorando sozinho não o faz ganhar o que quer, é necessário ter público.
Ofereço este post a todos os pais que se espantam com a mudança do comportamento dos filhos em lugares públicos, quando tem visita e em situações onde existem mais pessoas. E ofereço também àqueles que respondem quando eu pergunto "Por que você deixou?" dizendo "Ele chorou"
Em resumo, crianças choram, nós adultos também, não há mal algum nisso, mas elas não podem aprender a utilizar o choro como mecanismo para conseguirem tudo o que querem.

Escrito pela Psicóloga Talita Felipe

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Apresentação para os Alunos


            Hoje vou falar um pouco da apresentação que faço para os alunos quando começo o trabalho em uma nova escola.
              Com os menores (ed. infantil e primeiros e segundos anos do fundamental) eu sempre conto uma história de fantoches. Ilustrando duas crianças que ficam intrigadas com a presença de uma pessoa nova na escola, e vão à professora perguntar quem é. A professora explica que trata-se de uma Psicólogo que vem até a escola ajudar quem tem dificuldade de se comportar, aprender e fazer amigos. Um dos alunos vai para casa e conta a novidade para a sua mãe, assim como oriento os alunos a fazerem. Além da apresentação envio um bilhete informando os pais sobre o meu trabalho, e os dias fixos em que estarei na escola.
                 Já com os alunos maiores eu realizo um jogo, como um Quiz onde observo os conhecimentos e expectativas deles acerca da Psicologia Escolar e esclareço através da resposta correta.
                  Estas atividades funcionam como um quebra-gelo entre Eu e os Alunos, e dá inicio a um vínculo bastante saudável e importante para todo o trabalho!

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Reunião de Pais


       Na noite de hoje teve Reunião para Pais dos alunos do Pré II no CEI São Francisco de Assis. Como a escola oferece duas formações por ano para os pais de cada turma, e estes estão no último ano, eu procurei fazer algo mais prático.
       Expliquei para eles, através de recursos da Psicologia Comportamental, como mudar comportamentos inadequados buscando descobrir qual é o reforçador dele para desfazê-lo, conseguindo deste modo extingui-lo.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Quando as crianças fazem UAU!!!


              Estou compartilhando este vídeo com esta música que eu adoro e que fala tanto sobre as crianças e o seu encantamento...
              Quem tiver alguma familiaridade com o italiano pode escutar a versão original da mesma...
http://www.youtube.com/watch?v=LXKFmETnMbY

quarta-feira, 12 de março de 2014

Reunião de Pais


Agora há pouco realizei o encontro com os pais dos alunos do pré I do CEI São Francisco de Assis!
Apesar da chuva eles compareceram e foram participativos, tendo uma ótima oportunidade para refletirmos sobre a Educação e o Desenvolvimento dos Filhos.
A reunião terminou com um dos pais partilhando a sua dificuldade com a prática do que é certo fazer com o seu filho. A partir disto, reforcei o fato de que toda a teoria refletida e discutida pauta nossas atitudes e pode e deve modificá-la de modo gradativo, porém o ato de ir à reunião por si só, já é promover e estabelecer um vínculo de interesse e importância, comprometendo-se com a Educação dos filhos.
É muito comum pais não irem à escola para este tipo de momento, no entanto esta participação é de extrema relevância e a longo prazo dará frutos extremamente satisfatórios. 

terça-feira, 4 de março de 2014

O que está faltando na EDUCAÇÃO de hoje???

     Lembro-me PERFEITAMENTE de um primo com quem eu convivia na minha infância... Ele era/é deficiente mental, alguns anos e muitos centímetros e quilos maior do que eu e do que a minha irmã, que apesar de ser mais velha era magra e pequena...
     A cada evento de família éramos submetidas a beliscões, tapas, e agressões deste tipo, as quais devíamos suportar sem reclamar, afinal de contas as condições dele o irresponsabilizavam pelos seus atos, e qualquer atitude que tomássemos geraria um desconforto familiar. No meu tempo, adulto não se metia em briga de criança.
     Lembro-me de que na época eu me sentia profundamente abandonada àquela situação, e por vezes até me revoltei com ela, mas não é para refletir sobre este fato que contei estes episódios aqui. Não contei também para defender que pais deixem os seus filhos serem agredidos ou que crianças deficientes são limitadas à educação... 
     Contei isto porque ouço constantemente adultos dizerem coisas assim:
"Meu filho não gosta dos avós e se recusa a ir no colo deles"
"Minha filha não gosta quando converso com alguém e não cumprimenta esta pessoa de forma alguma"
"Quando alguém, com quem ele não simpatiza lhe dá oi, ele ignora"
     Um dia desses depois de ouvir um destes relatos eu questionei:
"Que mundo é esse que se quer criar onde crianças só precisam ser educadas com quem elas querem e gostam?"
     E é essa a pergunta chave deste post...
     Ser obrigada a suportar sem se queixar as agressões de um primo, me fez entender desde muito pequena o quanto lidar com esta realidade dentro da família pode ser doloroso e complexo. Me fez aprender a me defender com um pouco de autonomia, sem precisar recorrer aos meus pais a todo momento (quando digo defender não quero dizer revidar). Me fez me colocar no lugar de criança, que era submetida não só a este capricho dos adultos, mas a vários outros, o que hoje me faz conhecer e saber lidar com as opções que a vida me oferece. E a revolta sobre a qual eu refletia, talvez seja um dos pontos que tenham me ensinado a prática mais importante na Psicologia, que é a capacidade de compreender o outro através da Empatia (colocando-se no lugar dele). E o mais básico de tudo, ao que se refere este post, aprendi que Educação não é produto limitado a quem merece, mas que é o verdadeiro cartão de visitas de cada um e o centro de todo tipo de relação, mesmo que esta dure apenas alguns segundos.
     Fico tentando transpor esta história da minha infância para os dias de hoje e imagino um grande conflito familiar. Talvez até boletins de ocorrência, quem sabe algum desavisado dissesse até que estávamos sendo vítimas de bullying, ou então que éramos os algozes contra uma criança especial. Quando na verdade tudo o que acontecia era falta de habilidades comportamentais e de relacionamento, por parte de todos.
     É lógico que meus pais não gostavam daquela situação, mas se desentender por causa dela também não era o caminho. Do mesmo modo que aprendi a conviver com ela, aprendi que quando a gente ganha um presente devemos abrir, agradecer e demonstrar muita satisfação; que quando alguém (seja essa pessoa quem for) me solicita algo, devo responder com educação; que ser educada com quem eu não gosto não é sinônimo de falsidade; E principalmente, que hoje tenho maturidade para saber e escolher com quem devo conviver e de quem preciso manter alguma distância, mas quando eu era criança eu não tinha como ter este discernimento; aprendi a respeitar as diferenças e limitações de cada um; Aprendi as famosas "coisas que aprendemos na infância" mas que NÃO tenho visto pais ensinarem aos seus filhos.

Como as mães se veem e como seus filhos a veem!!


            Esse vídeo é emocionante, mas ele também reflete um pensamento que sobrevoa a maternidade e a paternidade no momento atual.
            Não é novidade desta geração crianças terem pais que trabalham, mas são os pais desta geração que se culpabilizam por causa disto, se sentindo ausentes no desenvolvimento dos filhos, e responsáveis demais por fazerem-os felizes. Estes sentimentos juntos acarretam esta FRUSTRAÇÃO que fica visível no vídeo. Filhos amam os pais mais do que tudo, salvo raras exceções será assim para o resto da vida, ainda que este amor seja demonstrado de uma forma diferente em cada fase.
            A emoção das mães no momento de assistirem os filhos falando sobre elas revela exatamente este sentimento de maternidade frustrada baseada nestas auto cobranças contemporâneas.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Filho, o que você fez na escola hoje? - da importância da pergunta à receita para conseguir a resposta


        Hoje vamos conversar sobre a IMPORTÂNCIA desta perguntinha que a mãe faz para o seu filho na imagem...

1) A partir desta prática, crianças sentem que os pais realmente se importam com o dia-a-dia escolar delas, adquirindo cada vez mais responsabilidade com relação a escola. Pra eles há uma associação muito forte que diz "se meus pais se importam com a escola e o que eu faço lá é porque ela é importante" 
2) É na infância que se estabelece este vínculo EXTREMAMENTE importante de contar o que está acontecendo consigo mesmo. É muito comum os pais acharem pouco relevante os relatos dos filhos enquanto são crianças e na adolescência quererem saber o que fazem, com quem vão, se namoram e etc. Só que se este laço não foi criado antes dificilmente o será nesta fase, onde a admiração anterior se torna hostilidade. 
3) Sabemos que crianças e adolescentes são muitas vezes vítimas de violências de todas as espécies e que geralmente o seu agressor faz ameaças e chantagens, intimidando a denúncia. Porém, se ela possui um relacionamento de confiança com os pais, se eles a escutam com amor e sem julgamentos possivelmente seja capaz de revelar e se defender, livrando-se das agressões.

         Acho eu que não precisa mais de motivos para que pais transformem esta pergunta em uma prática. Porém sei também que crianças até os três anos tem a memória de longo prazo imaturo o que pode dificultar a resposta e o relato, mas a repetição da conduta é um modo de reforçar o amadurecimento da mesma.
         Outra questão que muitas vezes os pais trazem é a de que algumas crianças não gostam de contar o que fizeram na escola, e a insistência da pergunta apenas os aborrece. Não é raro os pais desistirem do questionamento por causa disto. No entanto, crianças aprendem por espelhamento, ou seja, imitando. Então se o seu filho não relata espontaneamente e não responde à pergunta, você deve repeti-la todos os dias, procurando não se frustrar com a ausência de resposta, mas seguir com a conversa contando a ele como foi o seu dia de trabalho. Deste modo ele não só vai gerar interesse sobre a vida dos pais, como sentirá vontade de também contar.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Em defesa do meu direito de ser triste

        "Sou muito agradecido à mãe natureza por ter me dado minha tristeza. É ela que me poupa de, alegremente, comemorar a perda de um amigo ou a perda dos dedos da mão. Ou ficar indiferente a isso. Bendita tristeza que não me permite ser absurdo em relação a tudo que me acontece vindo de externo a mim. Sou também grato a ela por me permitir ter um estado de espírito adequado à perda de ilusões. É muito aliviante poder estar triste quando constato não possuir, realisticamente, as virtudes que, ilusoriamente, eu me atribuía. Um fardo inútil que se deixa de carregar.  E também, menor flagelação quando não correspondo às virtudes que não tenho. (…) Estou defendendo que a tristeza, apesar de dolorosa, é uma capacidade humana necessária, boa. E não, como habitualmente se acredita que, por ser dolorosa, é ruim. Ela é, mesmo, uma das mais infinitas variações da realidade externa ou à relação de cada um consigo mesmo. Numa palavra, permite adaptação."

(Trecho do artigo "Em defesa do meu direito de ser triste" do psiquiatra Oswaldo D. Di Loreto)

Leia tudo em: http://www.psiquiatriainfantil.com.br/revista/edicoes/Ed_05_1/in_12_07.pdf

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Atividade com 4° e 5° anos do Ensino Fundamental


Ontem a tarde estive em uma das escolas em que trabalho para realizar uma intervenção com os alunos dos 4° e 5° anos... A ideia surgiu depois de uma queixa das professoras sobre os alunos do 4° estarem ainda um pouco imaturos, como a turma é pequena, e para que se espelhassem nos maiores unimos-as.
Chegando na sala, dividi eles em três grupos e propus que cada um respondesse um dos cartazes que diziam:
"Podíamos fazer no Infantil" 
(que é a nomenclatura que a escola utiliza para a Ed. Infantil)
"Fazíamos nos 1°, 2° e 3° anos" 
(que é o início do Ensino Fundamental)
"Fazemos agora - 4° e 5° anos" 
(que é a fase em que eles estão passando, quando os conteúdos ficam mais difíceis e eles precisam se organizar com mais de uma professora regente)
Foi bem fácil para eles preencherem, visto que todos já experimentaram as três fases descritas ali.
No final, cada grupo apresentou para os colegas que deram mais ideias e discutiram como era e como é agora e colamos o cartaz no corredor em frente às salas deles.
Essa simples atividade nos possibilitou refletir sobre pequenas responsabilidades que eles ainda não adquiriram e é um meio de podermos lembrá-los sobre estas.
Esses momentos de intervenção coletiva também é rico para Psicologia Escolar pois é neles que torna-se possível observar cada aluno diante do grupo.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Seu filho precisa mesmo ser tão feliz???


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        No meu tempo de criança, os pais eram pessoas esforçadas pelo sustento da família. Com ostentação ou sem, as pessoas eram mais preocupadas com o trabalho do que com ser feliz. Talvez por isso, já que filhos querem sempre fazer tudo diferente dos pais, agora todo mundo quer fazer o filho feliz, acima de tudo. Isso explica os valores escandalosos que se paga hoje em dia por uma festa de aniversário, a quantidade de brinquedos que as crianças têm e o número enorme de brasileiros indo para a Disney, às vezes para passar o final de semana. Claro que existe a culpa de muitos pais que trabalham demais e tentam compensar os filhos de alguma forma. Mas reflexo da culpa ou não, as crianças de agora nasceram para ser felizes. Será que está certo isso? 
Vamos lembrar da nossa infância. Eu pelo menos, era muito feliz. Brincando com minha amiga que morava na casa ao lado, passávamos horas penteando o cabelo uma da outra, ou fazendo comidinha com as plantas do jardim. A maior aventura de que me recordo era brincar de pega-pega com o meu cachorro. Muito básico para você? Acontece que meu cachorro se transformava em uma onça que na verdade era uma Medusa, então em um simples olhar, ele poderia nos transformar em pedras. Por isso estávamos sempre equipadas com frascos vazios de shampoo cheios de água que explodiam como granadas quando caiam no chão. Pois é, criança vem com imaginação de berço. Por isso não precisa ir até Orlando ver os espetáculos de fogos de artifício para ficar maravilhada. Aliás, cá entre nós, já estive na Disney 3 vezes (2 em Orlando e 1 em Paris) e nunca vi tanta criança triste em um parque. Chorando, cansadas, angustiadas, com as mães e os familiares estressados. Claro, já viu o tamanho do lugar? E a quantidade de informação? E de sorrisos maquiados, brilhos, alegria explosiva? Gente, somos humanos. Isso não é um filme. É vida real. Não somos super heróis, nem princesas. Seu filho vai comer aquela salsicha processada junto com aquele pão velho de uma lanchonete linda com várias coisas girando, e pode ser que passe mal. E ai? Não! Não pode passar mal na Disney. Tem que curtir. Tem que ser feliz. 
Eu trabalhei para a Disney traduzindo todos os materiais para português durante 4 anos. Sou encantada com a empresa e com o negócio em si, gosto de ir porque moro a 300 quilômetros de distância, temos o passe anual então é um programa barato em um lugar super organizado e bonito na maioria das vezes. Só estou usando de exemplo porque sei que é uma viagem muito cara para se fazer do Brasil mas isso não está impedindo cada vez mais brasileiros de fazerem. Minha pergunta usando este exemplo é: será que precisamos fazer tanto pelos nossos filhos? (Viagem de 8 horas de avião, filas intermináveis, kilômetros e mais kilômetros de parque de diversão) Eu suponho que não. E que está errado os pais sentirem que são responsáveis por fazer dos filhos, pessoas felizes. De onde tiramos essa ideia maluca? 
O que eles precisam na verdade é de adultos para educá-los. E como adultos é claro que estamos ocupados. Com a família, com o trabalho, com as funções da casa. Se nessa lista se somar “a felicidade do(s) meu(s) filho(s)” alguém vai ficar muito sobrecarregado e frustado. Talvez seu filho, talvez você, talvez todo mundo. É chato tentar e não conseguir. Já pensou como sente os pais que pagaram a viagem em 6 vezes, passaram 8 horas na lata de sardinha, mais 1 hora em um brinquedo se o filho sair do brinquedo chorando?
Uma vez eu li o livro Encantador de Cães e fiquei fascinada com o raciocínio simples que o genial Cesar Millan escreve ali. Ele diz que cães só vão obedecer quem eles respeitam. E para ganhar respeito, é preciso ser a autoridade, é preciso colocar ordem antes do amor. Agora tente trocar a palavra “cães” por “filhos”, dá no mesmo. Autoridade é o contrário de democracia. Os pais não podem estar sempre abertos “o que querem comer, o que vamos fazer hoje, onde vamos passar as férias”. Entende como é complicado para a criança ouvir isso? Sentir que não existe uma ordem. Ela no auge dos seus 4 anos (ou por volta disso) é que precisa saber, querer e lidar com seus desejos. Meu Deus, está tudo errado ai. No meu tempo de criança, minha mãe interrompia a brincadeira trazendo uma bandeja com uma limonada fresca e biscoitos Maria. Sempre que lembro dessa cena (que aconteceu várias vezes) ela aparece iluminada como uma fada. O que eu sentia era: Nossa, ela é mágica! Como ela sabe que estamos com fome e com sede? Teria sido bem diferente se ela tivesse aparecido e perguntado: querem lanchar? vão querer sorvete ou pode ser biscoito mesmo? Estava pensando em fazer uma limonada, vocês vão beber? Ou é melhor eu trazer um suco de uva?
Infelizmente não estou escrevendo isso porque já aprendi a lição depois de ler o livro. Estou tentando aprender. E só estou escrevendo sobre isso porque descobri que tenho errado bastante. Desde que nos mudamos para Miami, fico com pena e compaixão por qualquer expressão de sofrimento que meus filhos tenham. Porque sei que é difícil para eles. E até esqueço que é difícil também para mim. Minha vida mudou completamente. Mas nem lembro disso. Só penso neles. A consequência? Minha filha de 4 anos cada dia faz uma coisa para me irritar. E então percebi que ela está fazendo isso porque eu estou irritando ela. E porque? Porque estou aberta todos os dias para ouvir, para entender o lado dela. Não parece errado à princípio, certo? Mas está errado. Criança precisa de adulto, alguém que tenha um norte, e ela acompanha o caminho, se frustando, entendendo seus limites e entendendo, porque não, que a vida não é um parque de diversões cheio de pessoas fantasiadas sorrindo para você o dia todo. A vida é para evoluir. Vamos tentar evoluir como pais antes que eles cresçam. Já pensou como deve ser frustante a adolescência de uma criança que sempre teve uma, duas, ou mais pessoas prontas a atender seus pedidos? Como deve ser difícil perder para um adulto que passou a infância sempre ganhando? Nem que a custa de 12 sofridas prestações para os pais?
Educar dá mais trabalho do que servir o sorvete antes do jantar, já que seu filho está querendo tanto. Educar envolve mais compromisso do que pagar as 6 parcelas da viagem mágica. Educar é coisa de gente grande. Deve ser por isso que crianças não podem ter filhos. Porque filhos precisam de adultos. Parece que esse é o grande problema da minha geração, não queremos ser adultos. Outro dia vi um post sobre a crise dos 25 anos. Levei o maior susto! A maioria das pessoas que conheço estão nessa crise aos 35 (ou mais). Está na hora de dar esse passo. Parar de focar só na diversão e na felicidade e evoluir, amadurecer. Todo grande passo na vida acontece quando a gente faz aquilo que é desconfortável. Já aprendemos muito sobre diversão e entretenimento, que tal agora aprender a viver?

Cris Leão

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Em todo o País, crianças na Pré-escola precisarão de 60% de presença!.


As famílias de quase 5 milhões de crianças na pré-escola de todo o país, terão uma preocupação a mais neste ano... Uma lei federal passa a exigir que crianças em idade pré-escolar (4 e 5 anos) tenham ao menos 60% de presença, nas redes pública e particular de ensino. Transpondo os números para a prática, estes alunos não poderão ter mais do que 80 faltas.
Caso a criança ultrapasse esse limite, Pais e Escola serão cobrados a prestar explicações às Supervisões Municipais de Ensino. Por isso ambos precisam se manterem alertas, os pais precisam estar cientes e serem orientados pela escola para que nenhum nem outro precisem responder por isso. 
Não havendo por parte dos Pais o cumprimento desta exigência a Escola deve acionar o Conselho Tutelar e dependendo da gravidade da situação até mesmo o Ministério Público. E no caso do descumprimento permanecer, os pais serão punidos com uma multa de 3 a 20 salários mínimos, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente. Porém, estas são as medidas vigentes, e não fica permitida a reprovação na Educação Infantil em decorrência disto!

Conheça a lei:  http://bit.ly/1czOVcD


AS ASas

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

"Ninho Vazio" O que é? Quando ocorre? E como pode ser enfrentado?



Hoje vou falar sobre a Síndrome do Ninho Vazio...
Ela consiste no momento em que os pais ficam sozinhos, sem a presença dos filhos dentro de casa, então se veem novamente vivendo um para o outro como um casal e precisam reinventar a própria relação. Isso porque há muitos anos tornaram-se pais e dedicaram todas as suas energias em cuidar e educar seus filhos, cumprindo este papel dentro da família e da sociedade primordialmente.
Tudo isto é muito natural e procede exatamente do modo como deve ser... Digo isso para pais de crianças para que se conscientizem de que os filhos precisam ser a sua prioridade mas não o único objetivo em que depositam energia... Já para os pais que estão com o seu "Ninho Vazio" essa reflexão serve para perceberem que o que estão sentindo e o momento que estão vivendo não é patológico e nem uma exclusividade deles, acontece, aconteceu ou vai acontecer com todos os pais saudáveis do mundo!!
Ah, mas isso nunca pode ser patológico??? 
- Pode muitas vezes! Porém, um dos modos de não passar por isso de forma saudável é a relação de pais e filhos em que o ninho vazio não é permitido, como por exemplo quando os filhos se sentem presos à casa dos pais, e processo do qual estamos falando não acontece. Um outro exemplo de patologia neste quadro, é quando o casal ou pai em questão não consegue reelaborar a sua vida, seus hábitos e sua rotina a partir desta mudança.
O ideal nesta fase é procurar alternativas para preencher o vazio, de repente recuperar um sonho antigo que ficou abandonado no passado, viajar, conhecer pessoas novas e dedicar-se a conhecer ainda mais àquelas com quem convivem, enfim, buscar dentro das possibilidades e interesses uma nova função social, já que não será mais necessário exercer a de pai ou de mãe...
Isso tudo significa também, e talvez principalmente, que os pais agora passaram para a etapa da relação com seus filhos onde é possível muito mais amizade, cumplicidade, liberdade e maturidade, gerando um novo e definitivo elo entre eles.
Escrito pela Psicóloga Talita Felipe - CRP8 n°16669



segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O mundo NÃO ensina com o mesmo amor!!!

Já vi muitas vezes as pessoas propagarem a seguinte ideia:
"Quando seus pais tentarem te ensinar, procura aprender, pois a vida não ensina com o mesmo amor"
Cheguei a quase postar essa frase na minha página do facebook, mas por um segundo reavaliei, como sempre faço, e vi que essa ideia vai completamente contra TUDO o que eu penso sobre pais e filhos...
E é por isso que esta postagem existe, para PEDIR que os pais EDUQUEM seus filhos, parem de tentar privá-los de qualquer frustração, chega de querer dar liberdade de escolha antes de ensinar os caminhos... Ei, a vida não é um conto de fadas!!! Talvez você seja um pai ou uma mãe que pode "comprar" toda a satisfação existente para o seu filho mas se o seu dinheiro puder comprar ou conquistar uma pessoa, será incapaz de comprar o amor... Se você puder comprar a vaga na faculdade, o diploma, e até mesmo a empresa em que seu filho QUER trabalhar, ainda assim não poderá comprar o sucesso... Seu filho pode receber de mão beijada tudo o que qualquer reles mortal passou a vida desejando, ele pode ter o carro do ano e todos os instrumentos tecnológicos disponíveis no mercado... Mas carros existem para nos levar a algum lugar, e a tecnologia no geral para nos unir às outras pessoas, e isso não servirá pra nada se ele não tiver pra onde ir e nem com quem conversar...
O vazio existencial não é cavado por falta de bens materiais e desejos irrealizados. Ele existe por falta de pessoas e de sentimentos... Definitivamente, não há nada mais triste do que ter tudo e querer algo que não se pode comprar.
Agora, transpondo a frase principal do post para a maioria esmagadora das pessoas, que muitas vezes até privam seus filhos de bens materiais mas são incapazes de privá-los da realização dos desejos mais simples, saibam que o mal que vocês causam para o adulto que seus filhos vão ser é tão grande quanto os do exemplo anterior.
Não raro os pais me trazem o seguinte discurso:
"Eu não tive tudo, e agora que eu posso dar para o meu filho todas as coisas que ele quiser eu vou fazer isso por ele"
E de algum modo, tento mostrar para essas pessoas o quanto elas estão enganadas. Afinal o TUDO de que uma criança precisa é amor, compreensão, confiança e limites porque não há nada mais necessário na vida adulta do que saber lidar com os constantes nãos que a vida dá...
Ou seja:
"Pais eduquem os seus filhos, pois a vida não vai fazer isso com amor"



Elaborado por Talita Felipe - Psicóloga - CRP 8 n° 16669

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Brinquedos X Tecnologia - O que fazer?


Olha a situação de muitos brinquedos!!!
Vejo e ouço pais e professores reclamando deste vício tecnológico que submete uma parcela muito grande de crianças, como se nós educadores, não tivéssemos qualquer responsabilidade sobre ele...
Trata-se de um grande erro, pensar que uma criança pode controlar o tempo que ela gasta na frente do computador, jogando videogame e/ou no tablet. Nós mesmos, só controlamos isso porque somos adultos e temos outras responsabilidades, mas NÃO podemos esperar das crianças o mesmo discernimento.
Crianças não são capazes de medir os efeitos que este vício traz para sua vida e para o seu desenvolvimento... As consequências negativas são muitas, entre elas, obesidade, falta de coordenação motora ampla, dificuldades na visão e etc.
Não estamos levantando aqui a bandeira contra estas brincadeiras, elas também ajudam a criança a se desenvolver, o que não é certo é deixar que elas façam destas as únicas possibilidades de diversão. Neste momento entra a tarefa do adulto, que deve oportunizar outras atividades e limitar o uso das tecnologias, proporcionando à criança o desenvolvimento amplo e completo!

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Formação para professoras do CEIP João Paulo II


Ontem pela manhã a equipe do Centro de Educação Infantil Passionista João Paulo II teve um momento de reflexão e formação!!
Primeiramente elas preencheram e depois partilharam as respostas desta folha comprometendo-se com as mudanças pelas quais estamos passando na Escola, e refletindo sobre elas...


Em seguida receberam a Tabela de Desenvolvimento Portage de acordo com a idade de seus alunos, para que, conhecendo-a pudessem elaborar estratégias que oportunizem às crianças o desempenho desejado para a sua faixa etária.
Para finalizar, pedi que cada uma contasse a história de sua escolha profissional e retomei o motivo de cada uma para persistir apesar das dificuldades!
E para finalizar, entreguei a elas os presentinhos de chocolate como na reunião que citei anteriormente, com os votos de um Ano Letivo Muito Doce!!!

Escrito pela Psicóloga Talita Felipe - CRP8 n°16669

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Refletindo sobre o "Trabalho em Equipe" dentro da Escola

Hoje pela manhã tive o privilégio de dar início às atividades da Semana Pedagógica da Associação Cascavelense de Amigos de Surdos - ACAS.
Havia sido me pedido para que tratasse questões relacionadas ao trabalho em grupo, cooperação e união da equipe. Por isso, realizei uma dinâmica com a Dança das Cadeiras, primeiro brincamos do modo convencional onde quem fica sem cadeira é excluído, e depois eu propus o modelo cooperativo, onde são retiradas as cadeiras e o grupo precisa se organizar para que todos sentem.
Brincar destes dois modos nos propiciou uma reflexão muito importante sobre 'trabalho em equipe", "organização do grupo", e "competitividade". Pudemos perceber também que na Escola o objetivo principal é o desenvolvimento do aluno, e que para isso acontecer é preciso que haja mútua colaboração e não individualismo!
Para terminar eles receberam e partilharam esses presentinhos, que eram pequenos pedaços de chocolate embrulhados artesanalmente
Os presentinhos tinham dois significados: O primeiro fez a lembrancinha significar o novo ano letivo, que agora estava começando, pois embora eles soubessem o que os espera, só será possível vivê-lo experimentando-o. E o segundo era sobre ser possível transformar a realidade do grupo e da escola, bem como a própria realidade com pequenos gestos de delicadeza!
Felizmente tive um problema com o número de lembrancinhas preparadas, lancei esta dificuldade para o grupo que rapidamente se encheu de amizade e solidariedade e o resolveu partilhando o chocolate com o sorriso no rosto!
Espero ter ensinado tanto quanto aprendi e também que estes momentos se repitam mais e mais!!
Talita Felipe - Psicóloga - CRP8 n°16669

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O que o personagem mitológico Procusto tem a ver com a Educação?

Procusto era um gigante que morava no caminho entre Mégara e Atenas, àqueles que cruzavam o seu caminho ele fazia passar por uma terrível condenação. Procusto havia construído um leito no tamanho que ele considerava certo, e quando capturava algum viajante ele o fazia deitar neste leito. Se a vítima fosse menor ele o esticava e se fosse maior ele cortava para que todos coubessem exatamente naquela cama.
Recontei essa história com minhas próprias palavras, visto que existe mais do que uma versão para ela, e eu confiei naquilo que li no livro e não na internet, por isso resumi.e não citei.
Eu já trabalhei este mito com grupos de professoras e as questionei sobre existir uma relação entre ele e a escola, unanimemente elas disseram que sim, que muitas vezes a escola funciona como este leito, querendo que todos os alunos sejam exatamente do mesmo tamanho, com a estatura que a escola padronizou para eles.
Os alunos que são mais lentos, tem dificuldades são violentamente esticados, não estou falando aqui de estímulo, de reforço, de auxílios necessários para este aluno aprender, estou falando de querer que ele caiba no leito a qualquer preço, a qualquer custo, sem respeitar o tamanho dele e o seu processo de crescimento, o seu tempo.
Já os alunos que são rápidos, que vão muito além do que o professor pede são cortados, professores tem uma dificuldade latente em lidar com eles, querem de todo modo aliená-los, geralmente são incapazes de aproveitar o que este aluno tem de bom a favor do seu trabalho.
Perguntei também para as professoras o que elas consideravam pior, o esticar ou o cortar, quem era mais prejudicado, o aluno maior do que o leito ou aquele que era menor. Neste momento houve divergência, porque na realidade ambas as atitudes são brutais contra o desenvolvimento do outro. Escola é lugar de aprender, de crescer e de se desenvolver, mas a Educação não tem o direito de estabelecer este 'tamanho modelo' para violentar os alunos desta forma, porque escola também é lugar de aprender a respeitar e para isso ser respeitado, é lugar de fazer socialização secundária e perceber as diferenças que existem, e é lugar principalmente de aprender o gosto pelo aprender. Ou seja, tudo na escola precisa ser agradável e prazeroso, como podemos querer pessoas que se aceitam se nós não as aceitamos? Como queremos falar em inclusão quando na verdade o nosso objetivo é medir todos pelo mesmo leito, pela mesma medida? Como é que professores preparados podem cometer essa selvageria?
Procusto foi submetido ao martírio que ele mesmo criou, a partir dali o leito nunca mais deveria ser usado. As professoras não conseguiram mensurar qual das atitudes era a mais prejudicial, isso porque o que prejudica é a permanência desta cama, onde o próprio autor foi morto para que isso fosse apenas um mito!

Escrito pela Psicóloga Talita Felipe - CRP 8 n° 16669 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

ADAPTAÇÃO ESCOLAR... Você sabe como resolver???

Estamos há menos de uma semana da temida e esperada volta às aulas, crianças, professores e pais ficam afoitos imaginando a melhor maneira de passar por este momento...
Ao contrário do que se pensa, adaptação escolar não ocorre apenas na primeira ida à escola, mas pode ocorrer durante toda a vida acadêmica, de acordo com pequenas ou grandes mudanças enfrentadas pelo aluno. É possível passar por isso em decorrência de uma mudança de escola, ou de professor por exemplo...
Outra coisa que é importante ressaltar é: ADAPTAÇÃO ESCOLAR NÃO É IGUAL A CHORO
Embora seja verdade que o recurso utilizado pelos pequenos para demonstrarem o seu sentimento de recusa à escola e saudade dos pais seja esse, muitas vezes há no canto da sala uma criança que não chora, mas também não brinca, e recusa-se a participar das atividades que lhe são propostas, ATENÇÃO esta criança está precisando muito mais de ajuda do que parece.
Para que nossos pequenos tenham uma adaptação tranquila  é preciso que pais tenham em mente a palavra SEGURANÇA
Parece muito simples e ao mesmo tempo pode ser dificílimo...
Por quê??????
Por motivos óbvios:
Para que seu filho se sinta seguro com esta novidade, e entenda que o que está acontecendo não representa e nem tem relação com abandono, é imprescindível que os pais estejam seguros. Quando estes se sentem culpados por estarem "deixando" seu filho "tão pequeno" na escola "porque precisam trabalhar" terão como consequência um processo de adaptação traumático... Afinal, se esta criança que está saindo pela primeira vez do contato familiar sente que seus pais, que são sua única referência, estão inconsoláveis como podemos esperar que ela sinta e aja de modo diferente??? 
São os pais que escolhem a escola de seus filhos, nada mais justo do que eles terem firmeza e certeza do que estão fazendo. Não é possível admitir pessoas adultas, tutoras de crianças, reforçando-as a chorar para se sentirem amadas. 
Esta atitude tão comum, me fez lembrar um trecho do livro "Me larga - separar-se para crescer" do Marcel Rufo que diz: 

"Todos os pais do mundo deveriam sonhar com que seu filho se torne um dia um navegador solitário, sinal de que desempenharam seu papel com benevolência e distância suficientes para ajudá-lo a encontrar o caminho da independência. Amar um filho é ajudá-lo a encontrar a auto-estima necessária para que ele nos deixe assim que se sinta pronto para isso"

É exatamente isso que pais precisam ter em mente, que seus filhos estão iniciando a vida social, que precisarão de muito auxílio sim, mas também de autonomia e que não há lugar melhor no mundo para desenvolvê-la do que na escola!!
Será que você vai conseguir reduzir e extinguir uma possível dificuldade neste momento??? Tente importar essa prática e depois comente quais foram os resultados!!!
Talita Felipe - Psicóloga - CRP 8 n°16669